« Home | Miolos - Por Dácio Jaegger » | PRECISA-SE DE COLUNISTA » | Crônica de Artur da Távola » | Urinando com Jim MorrisonPablo CapistranoO cinema ... » | Arte Incomum | Harém » | O martelo e a bigorna » | Bem vindos ao ::miolo-de-pote:: » | O Miolo-de-pote »

As ruas que andei - por Linaldo Guedes

Entre a rua Doutor Coelho e a praça João Pessoa repousa meu coração cajazeirense. E um repouso aparentemente singelo, que leva a um mergulho em um tempo onde Cajazeiras ainda pontuava no Estado como a terra da Cultura.
A rua Doutor Coelho é a primeira etapa de uma infância guardada com carinho no coração. Uma infância onde predominavam as brincadeiras nas calçadas, logo após os seriados exibidos pela Rede Globo, numa época em que a emissora dos Marinhos ainda não ditava rumos e modas nesse país. Fazíamos dos cabos de vassoura o suporte ideal para brincar imitando os velhos filmes de faroeste.
Nos finais de semana, a corrida para o Cine Pax assistir aos filmes que estavam em cartaz. Tempos bons aqueles! Quando saíamos do cinema imitando as lutas marciais de Bruce Lee e não queríamos felicidade maior do que aquela! Uma felicidade que, imagino, a atual juventude cajazeirense não tenha, já que se limita a curtir os últimos lançamentos da sétima arte no vídeo-cassete. Alguns, infelizmente, tenho certeza, jamais tiveram o prazer de constatar in loco a magia que é assistir a um filme no próprio cinema, comendo pipoca.
Mas a Doutor Coelho era muito mais do que a expectativa dos filmes, ou as brincadeiras nas calçadas. De um lado, se abria o caminho para o Açude Grande, que já naquela época lavava a roupa de toda Cajazeiras, embora não banhasse quase ninguém. Soube que hoje o açude está remodelado e se transformou na área lazer que a cidade sempre mereceu. O fascínio pelo pôr do sol às margens do açude, começou numa das escapadas pelo braço da Doutor Coelho.
Outra vereda que se abria era a subida para a Camilo de Holanda. Mas ali era proibida a presença de garotinhos imberbes. Diziam que era o caminho do prazer e a gente ouvia as conversas com um misto de excitação e temor. Enquanto isso, olhávamos para o horizonte, para as veredas que levavam ao Ceará. Mas quem queria sair de Cajazeiras naqueles idos?
A Praça João Pessoa já chegou na pós-adolescência. Também de lá, se podia ter o privilégio de chegar ao Açude Grande, mas as noites do pós-adolescente não comportavam tais mergulhos traquinas.
Por isso, a Praça João Pessoa tinha outras mil e uma utilidades. Era o caminho mais rápido de acesso ao Tênis Clube. O velho Tênis Clubes, com seus shows e festas que varavam as madrugadas, em trilhas sonoras já incentivadas na Patamuté durante os dias que antecediam as festas por nomes como Lúcio Vilar e Maxwel. Trilhas sonoras que iam dos Pholas e Trepidantes (quantos e quantos shows do Trepidantes não lotaram o Tênis) ao moderno axé baiano de Luís Caldas e outros contemporâneos.
Praça João Pessoa que depois serviria de ponte também para o Xamegão, a bela festa sãojoanina cajazeirense. Impossível não lembrar de Chico Amaro afinando a sanfona e esquentando o público para as principais atrações do evento. Ou mesmo bandas que não tinham nada de forró, como o Apocalipse, mostrando o ecletismo e a força sempre marcante da cultura na Terra do Padre Rolim.
Ah, a praça João Pessoa, com seus bancos e bares! Descanso para os corações enamorados? Qual o que! Quem queria descanso naqueles tempos do Bar FM? A energia da juventude não dava para ser desperdiçada assim, sentada num banco da praça.
Nas madrugadas, podia-se criar outra ponte entre a praça João Pessoa e a Doutor Coelho. Mas aí o cronista já tinha descoberto novos caminhos, novos becos e avenidas cajazeirenses. Agora, o caminho é para o alto. Melhor dizendo: para o Alto Belo Horizonte, o atalho mais fácil e divertido, no meio daquela gente simples, para o caminho do saber, para o campus universitário e o primeiro alumbramento com a literatura. Pelas mãos da professora Elionita de Sá, a paixão pelas letras se intensificou, ao descobrir a poesia de João Cabral, Carlos Drummond de Andrade e dos poetas portugueses. Ai já era hora de alçar vôo, para onde o verso e a prosa soprassem. Era hora de escrever novas linhas no destino. Quem sabe no litoral?

Linaldo Guedes é jornalista e poeta paraibano, eventual colaborador do Miolo.

Linaldo Guedes, além de poeta e jornalista é um craque, falando da sua terra.Admiro pessoas assim, que alçam voos para os mais variados lugares e posições na vida, mas conservam as lembranças das suas raizes.Nunca vi Cajazeiras , mas me senti andando pelas suas ruas.É bom ler narrações deste poeta.Parabens e um abraço.( se houver curiosidade sobre minha vinda aqui; explico, foi a visita do Dácio Jaegger que guiou-me.Valeu a pena.

Mensagem aos Políticos,

Senhores Políticos, Se defendam...

Esse desgoverno Lulla veio destruir toda a classe política, além de anarquizar o povo Brasileiro, com o que foi descortinado nos últimos três anos pela sua incompetência, por sua conivência, pelo apoio dado à estruturação dos saques aos cofres públicos, da libertinagem, da implantação da anarquia ética, da inadimplência com a Varig, da dispensa de licitação em obras públicas, de ser o Chamichunga chefe, das promessas não cumpridas, da proteção aos corruptos companheiros, de não ter explicado ao povo toda corrupção de sua chefia, do apoio aos bandos, grupos e quadrilhas; MST, PCC, MLST, FARC, de transformar o Brasil em hotel de terroristas...Como vimos, a sua sede e ganância de assaltar os cofres públicos e se manter no poder, lhe custou a implosão moral dos PeTistas, desmoralizados pela corrupção, cuecagem e a sanguessugagem, o mesmo aconteceu com os outros partidos PTB, PMDB, PL, PP...,Que lhes dão sustentação corruptiva, propineira e apoio nas votações através da comissão, propina e mensalão em que lhe custará também à derrota nas próximas eleições de 2006. Essa é uma realidade e por trás de todas essas maracutaias, fica bem explicito uma tentativa de enganar o povo, fazendo com que o povo ache que os políticos não prestam, ao fortalecer a descrença nos políticos; Vereadores, Prefeitos, Deputados Estaduais e Federias, Governadores e Senadores, achava que com a classe política desmoralizada, facilitaria a implantação de sua ditadura civil. Estava redondamente enganado por mera falta de conhecimentos científicos (não freqüentou escolas) e até mesmo do empírico, em achar que o povo seria enganado por ele mais uma vez ( a 1ª vez foi o golpe eleitoral de 2002 - enganou e elegeu-se)..., Caro político faça uma auto análise, assim perceberá que você é uma vítima desse Corruptor, Propineiro, Cuequeiro, Terrorista-via Maranhão e Chamichunga Chefe, sr. Lulla da Silva. Veja que é hora de detonar com a farsa desse maior corruptor (utilizou o dinheiro público) da história Brasileira. Sugiro que não o apóie e peça aos seus eleitores que votem em qualquer outro candidato.
A minha mensagem baseia-se nos seguintes exemplos: Se há corrupto é porque há corruptor, Se há Deputados sanguessugas é porque há o Hospedeiro Lulla bombeia/alimenta o sanguessuga com o desvio do dinheiro público...É a mesma coisa que o ladrão e o receptador...

Só porque sou Brasileiro
Prof. Carlos Pinheiro.

*Grato pelo espaço.

Um texto para se ler e reler. Parabéns ao poeta e escritor.

Parabéns, Linaldo. Seu texto encheu-me de saudades dessas e de tantas outras ruas dessa cidade que amo; de outros tantos cinemas que Cajazeiras teve, inclusive um que ficava nessa mesma rua Dr. Coelho (o cinema de Eutrópio). Muito obrigado por haver-me fazer evocar tantas lembranças de nossa terra. Grande abraço.

Boa Linaldo. Fiquei muito feliz ao ler seu texto. Como cajazeirense nato fico contento com seu orgulho por nossa terrinha tão sofrida. Mas um dia as coisas vão melhorar. Mas é claro a nostalgia deve permanecer para sempre.

Arbaços conterrâneo,

www.blogdopatrick.blogspot.com

Pois é, Linaldo Guedes, uma crônica como esta faz a gente querer conhecer onde repousa seu coração e seguir seus passos pelas ruas onde andou!
Parabéns, poeta. Muito bom ter vc aqui conosco.
Beijos muitos

Poeta
Lindo texto! Um olhar poético sobre a cidade... Claro que de imediato nos leva para os nossos tempos e os nossos lugares.Um beijo.

Meu caro poeta Linaldo.
Evocar… uma boa faculdade, que exercitada, dá em algo assim. Os que lêem ou os que ouvem começam a se coçar e se despertam para seus passados e a nostalgia vem para o comando. Assim como eu e outros já confessaram, interrompemos várias vezes seu texto saudoso para dar lugar a cada uma de nossas saudades.
Apesar de apontar para idade sempre avançando é prazeroso. Valeu! Um forte abraço.

Linaldo Guedes

Que gosotoso ler um texto tão rico, e ao mesmo tempo simples, saudosismo e ao mesmo tempo a paixão pela sua cidade. Parabéns

Soninha

Uma viagem ao sertão paraibano. Conheço Cajazeiras de uma semana universitária, nos idos de 1971. gente inteligente, hospitaleira. Assin dizendo, vê-se, que conheço muito pouco. Não agora, após ler este belissimo texto desde conterrâneo(sou paraibano) que nem conheço mas que tem uma magia no escrever.
Maravilhado.
Aroldo Camelo de melo

Linaldo, não sei se isso é saldosismo. Como você, sou uma cajazeirense materializado no litoral, mas com a alma e coração errantes pelas rua e becos da minha velha cajazeiras. Tenho saudades sim, das matinês de domingo a tarde no cine pax e eden, das trocas de revistinha de superboy,recruta zero,zorro e tarzan. da abertura das cortinas da tela do cine eden e da minha infância como auxiliar de operador de projetor no cine apolo XI. Saudades de um filme que passou cujo a segundo sessão eu assisto toda noite quando vou dormir.

Postar um comentário