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Os dois lados da moeda - Por Patrick Gleber



A possível ducha de votos que Luiz Inácio Lula da Silva promete tomar nesse segundo turno não terá o condão de colocar uma pedra sobre as investigações criminais envolvendo o PT e a campanha do presidente. A Polícia Federal e o Ministério Público não são instituições submetidas ao cronograma do Tribunal Superior Eleitoral. Urna é para eleger, polícia é para investigar, promotoria é para acusar e juiz é para julgar. E a imprensa é para contar às pessoas o que está acontecendo nessas esferas de poder. As coisas são (ou deveriam ser) simples assim.

O país tem o direito de conhecer todos os detalhes da operação dossiê. Ou de qualquer outra acusação ou dúvida que envolva este governo. Ou governos anteriores. Essa é a regra do jogo da democracia. Mas, se a regra está em vigor, ela vale para os dois lados. Para as duas faces da moeda. Se o julgamento político das urnas não tem o poder de abolver acusados de crimes, tampouco o julgamento político da opinião pública deveria ter o poder de condená-los. Se a maioria eventual nas urnas não apaga a folha corrida de ninguém, tampouco a maioria eventual no tribunal político de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (ou de um plenário, ou de um editorial de jornal) deveria ter o poder de condenar alguém em última instância. Aí parece residir a inconsistência de certas teses. Citações em relatórios de CPIs são tratadas como condenações políticas transitadas em julgado pelos mesmos que recusam ao eleitor a prerrogativa de "anistiar" alguém na base do voto. É o princípio orwelliano de que todos são iguais mas alguns são mais iguais do que os outros.

O linchamento político é legítimo, dizem, se a maioria assim o desejar; mas não aceitam a legitimidade da purificação quando a maioria assim se manifesta. Cassar o mandato de alguém sem provas é razoável, dizem, para efeito de profilaxia política; mas os que se arrogam o direito quase divino de suprimir, sem provas, a vontade do eleitor (expressa num mandato popular) não dão ao eleitor o direito que pedem para si. Quer saber das convicções democráticas de alguém? Tente aferir o quanto ele respeita os direitos de quem está na outra trincheira.

Patrick Gleber
é paraibano da cidade de Cajazeiras, estudante e editor do http://www.blogdopatrick.blogspot.com/

Acredito que Lula vencerá com uma vantagem de 20 pontos percentuais sobre o Alckmin. Esta foi uma das piores eleições que presenciei. Ainda bem que acabou. Foram campanhas em que mentiras e corrupção foram quase legitimadas por ambos, PT e PSDB. Tem horas que dá vontade de fazer o que disse no final de minha postagem de hoje!

Um abraço

Marco Aurélio

Lula foi rejeitado por exatos 67.617.893 cidadãos


O nome de Lula foi rejeitado por exatos 67.617.893 cidadãos, que corresponde a 53,70% dos eleitores. A frieza dos números eleitorais quebra o forjado clima de consagração psicológica de poder dada ao presidente pelos seus marketeiros.

A rejeição corresponde à soma da abstenção (23.914.714), mais os votos “em branco” (1.351.448), mais os votos nulos (4.808.553), junto com os votos dados ao candidato adversário Geraldo Alckmin (37.543.178). Pelas contas, Lula ficou abaixo da maioria, com seus 58.295.042 votos (ou 60,83%). Obteve apenas 46,3% do total de votos das 125.913.479 pessoas aptas a votar.

A tradução objetiva do resultado eleitoral é que 53,7% dos brasileiros não referendaram o seu nome.

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